Rio Negro em Manaus continua em queda após a pior seca registrada em 121 anos. O nível das águas já está abaixo dos 13 metros no Porto de Manaus, onde é realizada a medição diária.
Desde domingo, o nível do Rio Negro baixou para 12,99 metros e, nesta segunda-feira, chegou a 12,89 metros. Pela primeira vez em 121 anos de medição, as águas alcançaram a marca dos 12 metros.
Apesar da estiagem ter encerrado na calha do Rio Solimões, Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), afirma que o nível do Rio Negro deve continuar em queda em Manaus. Isso porque o Rio Negro depende da subida das águas no Peru e na tríplice fronteira.
De acordo com a pesquisadora, é necessário que haja chuvas distribuídas ao longo da bacia do Solimões para que ocorra a estabilização do nível do Rio Negro. No entanto, isso ainda não aconteceu.
A seca está causando diversos efeitos em Manaus. Na orla da cidade, bairros como Centro, Educandos e São Raimundo estão distantes do Rio Negro, que se afastou da cidade. A praia da Ponta Negra está interditada para o banho desde outubro, devido aos riscos causados pela estiagem. A Marina do Davi também está afetada, prejudicando o acesso de comunidades do Rio Negro.
Na Zona Leste da cidade, os lagos Mauá e do Aleixo secaram, isolando comunidades que dependem das águas para suas atividades diárias. A seca também afetou a pesca e o turismo comunitário na região.
A situação no Amazonas é grave: 59 dos 62 municípios estão em situação de emergência, incluindo Manaus. Mais de 630 mil pessoas já foram afetadas pela seca. É necessário que ocorra a estabilização do nível do Rio Negro para amenizar os impactos da estiagem na região.