Médicos terceirizados do Amazonas retomam atendimentos após acordo com o governo
Após uma semana de redução das atividades, os médicos terceirizados do Amazonas decidiram retomar os atendimentos em Manaus nesta quinta-feira (7). Essa decisão veio após uma reunião com representantes do Governo do Amazonas, onde foi apresentado um cronograma de pagamentos.
Os médicos estavam cobrando do Governo do Amazonas o pagamento de débitos acumulados de 2021 e 2022, além dos salários atrasados de agosto, setembro e outubro de 2023.
Durante a reunião, que ocorreu no mesmo dia, foi alcançado um consenso sobre as datas de pagamentos dos salários em atraso. Foi estabelecido o seguinte cronograma de pagamento:
– Os débitos de agosto de 2023 foram pagos no dia 5 de dezembro de 2023, com exceção de três empresas, cujos débitos serão quitados em 14/12/2023.
– Os débitos de setembro de 2023 serão quitados em 21/12/2023.
– Os débitos de outubro de 2023 serão quitados em 21/01/2024.
– Os débitos de novembro e dezembro de 2023 serão discutidos até 15 de fevereiro de 2024 para estabelecer um calendário de pagamento.
– Os débitos dos anos de 2021 e 2022 serão unificados e pagos em cinco parcelas a partir de março de 2024.
Segundo Ana Cristina Monteiro Antoni, representante da cooperativa de ortopedia, a decisão de encerrar a greve foi tomada após as discussões na reunião e ao chegar a um consenso com o Governo do Amazonas em relação aos pagamentos.
Além dos pagamentos em atraso, também foi discutido o fornecimento de insumos para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde. Ficou acordado que haverá reuniões a cada dois meses com o governador e o secretário de saúde para buscar soluções e melhorias na saúde do estado como um todo.
Essa greve dos médicos terceirizados teve início na semana passada, com indícios de paralisação na área de saúde do Amazonas. Pacientes denunciaram a falta de realização de exames e procedimentos cardíacos na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes, que é referência no estado. Além disso, funcionários do Hemoam também denunciaram a superlotação da unidade e cobraram a entrega do Hospital do Sangue, prometida pelo governador Wilson Lima para o primeiro semestre deste ano.
Paralelamente a essas manifestações, as cooperativas médicas que atendem as unidades hospitalares do estado também paralisaram as atividades reivindicando salários atrasados e melhores condições de trabalho.
Até o momento, a crise na área da saúde do Amazonas ainda não foi resolvida. O governador Wilson Lima anunciou uma reunião entre o Estado e a categoria, mas o encontro não ocorreu. O Tribunal de Contas do Amazonas chegou a criar um comitê para discutir o problema e buscar uma solução, porém, a situação continua sem resolução. Enquanto isso, os pacientes continuam reclamando da falta de atendimento nas unidades de saúde do estado.