Encoberta desde agosto, uma forte fumaça atingiu Manaus na segunda-feira (6), de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A cidade enfrenta uma grave crise ambiental há três meses, com a seca severa e um grande número de queimadas nos estados vizinhos.
Imagens de satélite do Inpa mostram que a fumaça vem principalmente do Pará, estado vizinho ao Amazonas. O instituto utiliza um fotômetro solar para medir a quantidade de fumaça na região, e recentemente registrou um número altíssimo de 5.0.
A situação tem se agravado ao longo dos meses, com a fumaça encobrindo a cidade e dificultando a identificação do que é nuvem e o que é fumaça. A pesquisadora do Inpa, Karla Maria Longo, afirma que a situação desta segunda-feira foi ainda mais grave do que em outubro, e que a fumaça está saindo do Pará em direção ao Amazonas.
Desde agosto, a fumaça tem sido presente na atmosfera de Manaus, se intensificando ao longo dos meses. Em setembro, a fumaça chegou a encobrir pontos turísticos da cidade. Já em outubro, a situação piorou, com a fumaça permanecendo por vários dias e atingindo níveis preocupantes de poluição do ar.
No último sábado (4), a fumaça estava tão densa em Manaus que prejudicava a visibilidade, semelhante a uma intensa neblina que não se dissipava. No domingo (5), o fenômeno persistiu, e na segunda-feira (6), atingiu seu ápice.
De acordo com a pesquisadora, essa é a pior situação que ela já presenciou em seus 19 anos de trabalho no Inpa. A fumaça está deixando a cidade praticamente em escuridão, e a espessura ótica do ar está muito acima do normal para a estação úmida.
A população de Manaus espera por medidas urgentes para combater essa grave crise ambiental e garantir a saúde e bem-estar de todos. Os impactos dessa fumaça na qualidade do ar e na saúde das pessoas ainda são incertos, mas é necessário agir para minimizar os danos causados por esse fenômeno.