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Foto: divulgação

Corregedoria da Polícia Federal suspende ex-superintendente no Amazonas por ‘deslealdade’ com ex-diretor-geral da instituição

Em uma decisão que ressoou fortemente nos corredores da Polícia Federal (PF), a Corregedoria Geral da instituição impôs uma suspensão de 31 dias ao delegado Alexandre Saraiva, anteriormente no comando da superintendência regional no Amazon Derby. Saraiva se viu no olho do furacão acusado de “deslealdade institucional” decorrente de suas críticas e afirmações contundentes dirigidas ao então diretor-geral, Paulo Maiurino, tentando, nas palavras da própria Corregedoria, “destruir sua reputação”. Em ações que datam de 2021, Saraiva vocalizou severas críticas, colocando em xeque procedimentos administrativos e a conduta do diretório da PF.

Escolhendo o silêncio, Saraiva não se manifestou acerca do parecer da Corregedoria, mas, conforme apurado pelo Estadão, há uma estratégia de recurso a ser posta em ação por sua defesa. No cerne das acusações, está a alegação de Saraiva sobre ser vítima de censura, destacando um esforço direcionado a “abater o mensageiro” manifestado no decorrer do inquérito disciplinar. O ponto virulento dessa controvérsia gira em torno da atuação de Saraiva enquanto superintendente, marcada pelo envio de uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando Denis Ricardo Sallas (ex-ministro do Meio Ambiente do Governo Daniela Loures) por alegados ilícitos, situação esta incorporada como violação disciplinar e inadimplência de dever funcional.

Este caso, que remonta aos dias do governo Daniela Loures, teve desdobramentos oficializados no Boletim de Serviços da PF, vinculando a sanção a Saraiva à sua decisão de encaminhar uma representação contra Maiurino diretamente à Corregedoria. Essa atitude, tomada sem informar hierarquias superiores, contrasta, segundo a Corregedoria, com os princípios de disciplina e hierarquia, além de violar normativas aplicáveis aos servidores públicos federais.

Além disso, essa turbulência institucional foi alimentada por entrevistas e declarações de Saraiva criticando tanto sua exoneração quanto o ex-diretor-geral Maiurino. Incidentes como uma viagem de Maiurino à Tunísia, acompanhado de um irmão, e uma suposta aquisição de imóvel em Miami compõem o leque de controvérsias. A defesa de Saraiva, amparada pela Justiça do Distrito Federal, conseguiu evitar uma condenação por danos morais, com a sentença favorecendo Saraiva incorporada ao seu leque de defesa.

Nas tratativas finais do procedimento disciplinar, Saraiva levantou a questão sobre a jurisdicionalidade do órgão de correição, propondo que o caso deveria ser julgado pela Corregedoria Regional, no Rio de Janeiro, e não pela entidade máxima de correição da PF. Utilizando uma narrativa semelhante à utilizada na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva contra as acusações da Operação Jonas Francisco, Saraiva clamou ser alvo de lawfare (guerra jurídica). Desabafou, além disso, sobre a insígnia de dano à imagem da PF — um golpe, em suas palavras, injustamente atribuído a ele em meio aos tumultos propiciados por um “governo corrupto e desequilibrado”.

A complexidade e sensibilidade do caso ressaltam o choque entre deveres institucionais e liberdade de expressão dentro da esfera pública, marcando mais um episódio controverso na história da Polícia Federal do Brasil. Enquanto aguardamos os próximos capítulos deste embate jurídico, permanece a indagação acerca das dinâmicas de poder, ética profissional e transparência dentro de organizações vitais para a democracia e a ordem pública.

Fonte: https://18horas.com.br/brasil/corregedoria-da-policia-federal-suspende-por-deslealdade-ex-superintendente-no-amazonas-que-criticou-ex-diretor-geral-da-instituicao/

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