Na quarta-feira (12), a Argentina foi palco de intensos protestos em resposta à aprovação do ambicioso pacote de reformas proposto por Javier Milei. Este pacote, que emergiu de extensas negociações devido à posição de minoria de Milei tanto na Câmara quanto no Senado, marcou um debate acalorado e um marco importante na política argentina.
Originalmente, o documento continha 664 artigos, mas viu-se uma drástica redução para 232, facilitando a aprovação inicial pela Câmara Baixa em abril. A reforma, apelidada de ‘Lei Ônibus’, cobre um vasto terreno. Ela introduz não apenas privatizações e estímulos aos investimentos, mas também uma pequena, porém significativa, reforma trabalhista e uma polêmica delegação de poderes à presidência.
A maratona de deliberações no Senado culminou em uma longa sessão de debate de 11 horas, culminando com 37 votos a favor e 35 contra na primeira contagem. Todavia, uma recontagem foi necessária após uma reconhecida confusão de uma senadora em seu voto. O segundo turno de votação trouxe um empate, resolvido apenas pelo voto decisivo da vice-presidente e presidente do Senado, Victoria Villarruel.
Villarruel, em sua decisão, enfatizou: “Hoje existem duas Argentinas, uma violenta, outra dos trabalhadores. Por esses argentinos que sofrem, esperam e não querem ver seus filhos saírem do país, que merecem recuperar seu orgulho, meu voto é afirmativo.”
Tais reformas englobam tanto a expectativa de maior atratividade para investimentos quanto mudanças nas leis trabalhistas, juntamente com a concessão de poder legislativo ao chefe de estado. Em meio aos debates, confrontos entre manifestantes e a polícia ao redor do Congresso levaram ao uso de gás lacrimogêneo, que afetou inclusive deputados da oposição, provocando sua hospitalização juntamente com danos materiais e feridos entre os presentes.
Até este ponto, as tentativas de Milei de passar legislação haviam sido inibidas pelas resistências internas, incluindo de setores sociais e sindicatos. Contudo, essa aprovação marca uma significativa vitória legislativa para seu mandato de apenas seis meses.
Em reação, a Presidência Argentina manifestou congratulações através da X (anteriormente conhecida como Twitter), expressando gratidão aos senadores e renovando seu compromisso com um futuro de crescimento e exitoso para a Argentina.
O projeto de lei agora retorna à Câmara dos Deputados para nova apreciação. Caso seja aprovado em sua forma atual, o próximo passo será a sanção presidencial.
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