De acordo com a mais recente atualização do Monitor de Secas, revelada dia 23 de julho pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Amazonas enfrentou uma escalada na intensidade da seca entre os meses de maio e junho. O percentual do estado afetado pela seca grave saltou de 28% para 37%, marca que representa o nível mais alto de gravidade desde março deste ano, quando 40% do Amazonas estava sob a mesma condição. Além disso, em junho, o estado deteve o titulo de maior severidade de seca no Brasil, com 5% de seu território atingido por seca extrema.
Interessantemente, a extensão da área total do Amazonas sob efeito de seca reduziu de 100% para 95% entre maio e junho, representando o menor índice desde setembro de 2023, quando 92% do estado estava sob o fenômeno.
Enquanto o Amazonas registrou maior tmpacto entre os estados brasileiros, outras regiões do país mostraram cenários variados. Em junho, a região Nordeste apresentou a melhor situação, com estados como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe completamente livres da seca. Por outro lado, o Norte exibiu intensidades mais altas do fenômeno, incluindo 2% de seca extrema e 20% de seca grave em seu território.
Ao mesmo tempo, a região Centro-Oeste viu um alívio na intensidade da seca entre maio e junho, enquanto Norte, Sudeste e Sul observaram incremento no fenômeno, com o Nordeste mantendo níveis estáveis de severidade. Notavelmente, o Centro-Oeste liderou em extensão de área com seca em junho, atingindo 86% de sua área, enquanto o Sul registrou o menor índice com 20%.
Ao comparar as variações, sete estados tiveram um incremento na extensão de área afetada pela seca: Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Contudo, houve uma redução em Amazonas, Ceará, Pará e Piauí.
Com um olhar mais abrangente, o Amazonas acabou por ser o estado mais afetado no quesito área total atingida pela seca em junho, seguido de perto por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. De forma geral, a extensão da área com seca no país cresceu de 5,83 milhões para 5,96 milhões de km² entre maio e junão, abrangendo 70% do território nacional.
O cenário é ainda mais alarmante quando observamos os dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que aponta que 1.024 municípios enfrentam situações de seca extrema ou severa, número quase 23 vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando apenas 45 municípios eram afetados. Estados como Amazonas, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins figuram entre os mais prejudicados, com todas suas cidades sob algum grau de seca.