Em um espetáculo de tirar o fôlego, multidões por toda a América do Norte voltaram seus olhos para o céu, testemunhando um esplendoroso eclipse solar total, o primeiro no continente em sete anos. Celebrado na segunda-feira, este fenômeno transformou o dia em um crepúsculo mágico, arrancando exclamações de surpresa e felicidade dos espectadores. Além disso, o acontecimento foi marcado por música, alegria e até casamentos. Desde um paradisíaco resort mexicano, onde o eclipse fez sua primeira aparição marcante, até as vibrantes margens do rio Ohio e as majestosas Cataratas do Niágara, na divisa dos EUA com o Canadá, aqueles afortunados o suficiente para vislumbrar a “totalidade” do eclipse reagiram com profundas expressões de admiração e júbilo.
Em particular, Russellville, Arkansas, uma pitoresca cidade próxima à única usina nuclear do estado e lar de aproximadamente 30.000 habitantes, foi cenário de uma celebração amorosa inusitada. Quase 400 casais trocaram votos no evento “Elope e o Eclipse”, oficializando suas uniões ao abrigo do espetáculo lunar. Além disso, as Cataratas do Niágara testemunharam pelo menos dois casamentos e um emocionante pedido de noivado, mesmo sob um céu inicialmente nublado que, por um breve momento, se abriu para revelar os últimos e impressionantes segundos de totalidade, causando euforia coletiva.
A transição do fenômeno foi tão mágica que, conforme o céu se iluminava novamente, uma banda emocionou os presentes com uma interpretação de “Man on the Moon”, sucesso da banda R.E.M., simbolizando o recuo da sombra lunar. Nos locais agraciados por um céu despido de nuvens, os espectadores tiveram o privilégio de observar a lua ocupar o céu como uma esfera enigmática, encobrindo o sol temporariamente e deixando apenas um halo resplandecente, a coroa solar, em um espetáculo raro e magnífico.
A praia de Mazatlán, no México, contou com a presença de milhares de pessoas protegidas por óculos especiais, testemunhando o avanço da sombra lunar ao som da Orquestra tocando a icônica música tema de “Guerra nas Estrelas”, enquanto o céu se tingia de sombras. O clima era de pura euforia quando o eclipse alcançou sua totalidade.
Curiosamente, o fenômeno foi acompanhado por uma série de ocorrências peculiares: estrelas brilhando ao meio-dia, uma queda abrupta na temperatura e ondas sutis de “faixas de sombra” dançando na paisagem, sem contar o silêncio impressionante de pássaros e outros animais.
Aventurando-se por milhares de quilômetros, entusiastas do eclipse percorreram grandes distâncias, ansiando por uma visão do caminho da totalidade da sombra lunar, que esticou-se por 4.000 km – do México através do Texas e outros estados dos EUA, alcançando até o Canadá.
Este eclipse parcial, que obscureceu apenas parte do sol, impressionou pela sua duração, que em alguns pontos chegou a surpreendentes 4 minutos e 28 segundos, um recorde quando comparado ao eclipse anterior de 2017.
Com a totalidade do eclipse solar percorrendo áreas mais densamente povoadas do que nunca, cerca de 32 milhões de americanos residem diretamente em seu caminho. Estima-se que outros cinco milhões viajaram especialmente para experienciar este momento histórico, que precisou de 80 minutos desde o início até a imersão total e mais 80 minutos para a reemergência completa do sol.
