Pesquisadores são criticados por intervenção em gravuras rupestres em Manaus
Um grupo de pesquisadores que realizou uma pintura nas gravuras rupestres milenares reveladas pela seca deste ano em Manaus tem recebido duras críticas desde a publicação das fotos em redes sociais. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alertou que qualquer intervenção no local deve ser autorizada e afirmou que acionou órgãos de fiscalização para evitar danos às figuras históricas.
O historiador Otoni Mesquita, um dos envolvidos na intervenção, publicou uma nota pedindo desculpas e explicando seu procedimento. Ele afirmou ter utilizado argila natural para ressaltar os atributos das gravuras e afirmou que seu interesse no material arqueológico vem de muitos anos, devido à sua importância histórica e cultural para a região.
No entanto, internautas e especialistas se mostraram indignados com a intervenção nas gravuras, questionando a utilização de tinta e o possível dano causado às figuras antigas. Mesquita apagou seu post após as críticas.
O Iphan divulgou uma nota informando que está fiscalizando a área do sítio arqueológico Ponta das Lajes e acionou outros órgãos competentes para evitar danos aos bens arqueológicos. O instituto ressaltou que qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização é ilegal e passível de punição.
As gravuras rupestres são pré-históricas e trazem representações antropomorfas das civilizações que habitavam a região. Com a seca histórica do Rio Negro, que registra o nível mais baixo em 121 anos de medição, essas gravuras voltaram a aparecer, despertando a curiosidade e o interesse de pesquisadores e do público em geral.